"Me perco neste tempo...

a caminho da solidão"

domingo, 2 de agosto de 2015

DISPAROS DO VENTILADOR (título esquisito!!!)

"Minha mente gira como um ventilador" (Nem cinco minutos guardados - Titãs)

01:40 da madrugada e eu deveria estar dormindo, Meu histórico de perdas de horários e atrasos no serviço, fora o sono, não me dão muitos créditos para eu ficar acordado até esta hora; entretanto, aqui estou eu vomitando palavras neste meu saco de pancadas e esconderijo que é este blog.
Neste mês que passou (julho), completou um ano que comecei a Terapia. Ela (a Terapia) tem me ajudado muito. Derrubei algumas barreiras que tinha em relação a ela e mudei um pouco meu modo de pensar.
Era para ser uma mudança grande, mas ainda há vestígios daquele Huguinho ultra romântico que acreditava que "o mundo era perfeito e que todas as pessoas são felizes".

Há um tempo atrás, reencontrei uma menina fantástica que está se formando em Letras (que demais isso!!!). Acho que tinha tudo para dar certo (digo acho, porque aprendi que não temos certeza de nada nesta vida!!!), no entanto, exitei. Ao mesmo tempo que deixei-me levar pelos privilégios da minha solidão, surgiu algo relacionado ao medo (devido aos meus insucessos amorosos) e/ou faltou algo, acho que da minha parte, que não fez com que eu avançasse mais uma casa.
Não sei... fiquei confuso...
Justo eu que busco encontrar alguém, quando encontro, travo.
E não a procurei mais. Foram apenas três encontros bem agradáveis. 
Não a procurei mais. Ela também não procurou. Não queria ficar com a sensação de ter magoado alguém tão legal.
E a vida segue. 
Vivo me aprendendo e me descobrindo.

domingo, 7 de junho de 2015

Quando tudo está dando muito certo, é porque alguma coisa está errada; e quando está dando tudo muito errado, é porque não vai dar certo.

Esta postagem era para ser apenas a frase acima, mas devido a tudo o que tem acontecido, lá vai.

A primeira parte da frase eu comecei a usar quando estava na faculdade. Em praticamente todos os meus trabalhos, depois de um tempo algo sempre dava errado no começo ou sempre esbarrava em alguma parte que eu demorava para resolver. Uma vez, em um trabalho de Estruturas de Concreto, após eu ter começado-o, cheguei em um determinado momento em que comecei a desconfiar que algo estava errado porque estava dando tudo muito certo e isto raramente acontecia. E eis o que aconteceu quando fui compará-lo com o do outro grupo, descobri que havia usado o carregamento permanente errado e por isso estava dando certo.

E a segunda parte eu comecei a usar em função do que eu presenciava na vida dos outros e na minha também. Eu era mais otimista, entretanto aprendi que o otimismo não dá 100% de garantia de que dará certo... pelo menos ainda não aconteceu nada que contrariasse. O dia em que a estatística mudar, eu começo a pensar o contrário
Comecei a ficar mais cético também para muita coisa relacionada a sentimentos.

Acho que é isso...

segunda-feira, 25 de maio de 2015

TORTURAS + LÁGRIMAS OCULTAS

Eis o nome: Florbela Espanca. Poetisa portuguesa que conheci por acaso e curiosidade.


Tortura

Tirar dentro do peito a Emoção,
A lúcida Verdade, o Sentimento!
- E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento!...

Sonhar um verso de alto pensamento,
E puro como um ritmo de oração!
- E ser, depois de vir do coração
O pó, o nada, o sonho dum momento...

São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!

Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!!

Lágrimas ocultas

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

sexta-feira, 22 de maio de 2015



"Será 
Que ela samba porque quer?
Ou é desabafo de mulher?
Que já perdeu seu coração para alguém
Que fez sua fortaleza ceder"

quinta-feira, 7 de maio de 2015

A Banda

Um post diferente. Uma historinha fictícia. Uns anos atrás eu já postei algo parecido no meu outro blog.

Era uma tarde de sábado. Deveria ser um ensaio qualquer se ele não tivesse vindo com uma música nova que deixou para ser mostrada no final. Todos estavam ansiosos, pois alguns membros da banda já tinham visto-o cantá-la.
Sobre os acordes melancólicos, ele entoa uma voz profunda e suave.
E de repente, ela percebe que a música é para ela porque fala sobre ela... sobre eles. E hoje, eles ainda se encontram nestes ensaios pela vontade de tocar e derramar através das canções tudo o que ficou no ar. Seja com composições próprias ou dos outros.
Na segunda vez que a nova canção é tocada, o contrabaixo solta notas graves da maneira mais sútil o possível, a bateria faz um acompanhamento leve e marcado. Já o teclado dela, deixa transparecer toda a sensibilidade em ouvir esta música.
Durante a execução, ela lembra de quando conversavam sobre o pôr-do-Sol e as estrelas. Ele lembra de quando ficavam admirando o mar e as montanhas.
Após tocarem a canção, o ensaio é finalizado e os membros se despedem. Ele e ela trocam olhares singelos se abraçam e a menina sai. Ele olha para trás, mas exita.
De repente, uma lágrima...


sábado, 14 de março de 2015

PEQUENO DESABAFO EM MEIO A MADRUGADA


O fato do texto acima é algo comum. Fico imaginando o que está por trás de cada resposta "Estou bem" que eu escuto; de cada sorriso que recebo.
Das pessoas mais próximas, acaba gerando uma sensibilidade de perceber que algo não está bem.
E o que há por trás das minhas respostas, dos meus sorrisos, dos meus textos, do meu jeito de tocar, de andar, de falar. Que sentimentos e acontecimentos ficam contraídos no íntimo de cada um, de mim.
Qual o motivo de não nos explicarmos?
Sou rodeado de amigos. A maioria conheci-os na igreja; e esta maioria raramente me entende e acabam vindo com aquele discurso xiita de sempre.
Tenho umas amigas que conheci na igreja mas têm opiniões diferentes e conseguem me ajudar melhor sem perceberem.
Tem a minha terapeuta também.

Às vezes, eu me pego remoendo o passado que prefiro não lembrar e deixá-lo esquecido lá atrás.
Há momentos que pensamentos e palavras ficam embaralhados na minha mente e daí me perco entre eles.
Então eu me escondo nas músicas, na poesia, nos livros, nos textos...
Penso que tudo poderia/pode ser diferente. E assim eu corro com o objetivo de alcançar aquela luz, por enquanto bem pequena; mas também lembro-me dos meus limites e não sei o quanto estão próximos.

o pássaro azul

CHARLES BUKOWSKI

(Tradução: Pedro Gonzaga)
há um pássaro azul em meu peito
que quer sair
mas sou duro demais com ele,
eu digo, fique aí, não deixarei que ninguém o veja.
há um pássaro azul em meu peito que
quer sair
mas eu despejo uísque sobre ele e inalo
fumaça de cigarro
e as putas e os atendentes dos bares
e das mercearias
nunca saberão que
ele está
lá dentro.
há um pássaro azul em meu peito
que quer sair
mas sou duro demais com ele,
eu digo,
fique aí,
quer acabar comigo?
(…) há um pássaro azul em meu peito que
quer sair
mas sou bastante esperto, deixo que ele saia
somente em algumas noites
quando todos estão dormindo.
eu digo: sei que você está aí,
então não fique triste.
depois, o coloco de volta em seu lugar,
mas ele ainda canta um pouquinho
lá dentro, não deixo que morra
completamente
e nós dormimos juntos
assim
como nosso pacto secreto
e isto é bom o suficiente para
fazer um homem
chorar,
mas eu não choro,
e você ?

domingo, 15 de fevereiro de 2015

COLHENDO BOTÕES DE ROSA

"Vi uma candura em seu sorriso.
Seus olhos emanam brilhante luz
Mas a vida é completa, a alegria é minha
Só em saber que ela está viva." (não sei o autor, ouvi no filme "Sociedade dos Poetas Mortos)

E dessa vez, consegui chegar mais perto, o mais próximo do que os meus sentimentos exigiam.
Antes de tudo, a decisão de me aproximar neste domingo.  A ansiedade de ver o seu rosto.
E do seu lado, meu coração palpitava intensamente. Há tempos não sentia isso.
Por um certo momento, o vento da timidez se apossou do local e quase deixei a coragem escapar das minhas mãos. E eu me lembrei do filme (Sociedade dos Poetas Mortos), do Carpen Diem, de "colher os botões de rosa enquanto pode".
Assim, diante do brilho dos seus olhos expus os meus mais nobres e sinceros sentimentos que estavam guardados há algum tempo através de frases em alguns momentos embaralhadas pela minha timidez, pela adrenalina de estar ali na sua frente.
Bem, não foi dessa vez. Alguém já chegou antes; entretanto, sinto-me bem; muito bem por sinal.

"

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

ESTE MEU CALCANHAR DE AQUILES

"- Até para ser forte precisa ser sábio. Obrigado, querida. Ainda aprenderei a lidar melhor com as situações difíceis. Como essa, ligada ao coração. Esse é o meu calcanhar de Aquiles." (Os meus olhos que não eram meus)

Sabia que isto iria acontecer. Dois dias atrás eu estava inspirado a escrever no meu outro blog, mas justo neste dia estávamos sem energia elétrica. E daí o que fazer com a inspiração? 
Tinha quase certeza que se não escrevesse naquele dia, a probabilidade de vir um texto melancólico era grande. E foi o que aconteceu.
Então venho escrever sobre esta minha fraqueza que anima este meu bicho que me corrói por dentro. 
Aprendi a lidar melhor com situações difíceis de uns 06 meses para cá e até com essa ligada ao coração.
Sinto falta de um romance. Eu, que estava (e estou) relutando contra isso por um tempo indeterminado.
No entanto, não é algo que busco com tanta frequencia. Já busquei mais e acreditei mais, só que a vida nos coloca diante de alguns acontecimentos que nos fazem perder o ânimo com algumas coisas (pelo menos comigo), mas ainda não perdi totalmente a esperança. Preciso descobrir o que me faz mantê-la.

"Eu fui sincero como não se pode ser
E um erro assim, tão vulgar
Nos persegue a noite inteira
E quando acaba a bebedeira
Ele consegue nos achar"