"Me perco neste tempo...

a caminho da solidão"

terça-feira, 17 de maio de 2011

ATÉ QUANDO?

De que me rio eu? Eu rio horas e horas
António Patrício

De que me rio eu?... Eu rio horas e horas
só para me esquecer, para me não sentir.
Eu rio a olhar o mar, as noites e as auroras;
passo a vida febril inquietantemente a rir.

Eu rio porque tenho medo, um terror vago
de me sentir a sós e de me interrogar;

rio pra não ouvir a voz do mar pressago
nem a das coisas mudas a chorar.

Rio pra não ouvir a voz que grita dentro de mim
o mistério de tudo o que me cerca
e a dor de não saber porque vivo assim.


Corro em busca de incertezas, já que as certezas não costumam fazer parte da minha vida. Ando pensando demais em possíveis relacionamentos, meus sentimentos, minhas escolhas e, tudo é incerto, todos estes itens têm lados bons ou ruins.
Procuro minha metade que um dia alguém partiu e hoje eu sei que não foi por vontade própria. A outra parte que ainda me resta é cortada em pedaços por outras meninas, também sem vontade própria, entretanto, estes pedaços ainda consigo encontrar, com um pouco de dificuldade, mas encontro. Será que até quando?
Então eu rio e vou continuar rindo porque "garotos não choram".

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