"Me perco neste tempo...

a caminho da solidão"

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

"Bloco do eu sozinho"

"O ser humano é apenas solidão
(...)
Uma solidão cercada de solidões" (Milan Kundera em A festa da insignificância)

Eu poderia estar dormindo, ainda mais porque já são 02h 21min, ainda mais que estou com a ideia de acordar cedo para correr beira-mar(estou em João Pessoa a trabalho), mas resolvi deixar transparecer este mal do século que me deixa vivo e ativo.
A solidão em um quarto de hotel não me faz mal, já que eu a pratico e aprecio.
Nesta semana, pude confirmar a frase acima e lembrar da música do Engenheiros ("Pois agora lá fora/Todo mundo é uma ilha/ A milhas e milhas e milhas...).
E mediante estas ilhas, venho confirmar a minha ideia de que "Não existe amor em SP". Existem pessoas que se gostam, mas não é generalizado. Vivo isso no escritório onde trabalho. Todos têm o mesmo objetivo, mas nem todos se preocupam em se ajudar.

Diante de fatos que aconteceram na minha vida e que podem voltar a acontecer, fiquei bem cético para algumas coisas. Deixei de levantar algumas bandeiras, principalmente as que estão relacionadas a sentimentos. Hoje eu percebo que vivia no mundo dos sonhos, que eu achava que pudesse existir.
Vou ter que contrariar a música do Legião ("Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo, prefiro acreditar no mundo do meu jeito"). Eu não quero mais acreditar no mundo do meu jeito. Vou ter que adaptá-lo à realidade e deixar de ser esta peça deslocado do tabuleiro. Creio que há outras peças iguais a mim, mas sei lá...

Acho que se os poetas do período literário do Romantismo vivessem nos dias de hoje, veriam que a solidão não é o Mal do Século. Ela é comum. As pessoas se fecham em seu mundo de celulares. Sentar num bar e ver as mesas rodeadas de pessoas que conversam o mínimo entre elas e o máximo com os celulares. Diante disso, como contrariar a hashtag "Não existe amor em SP"?

Nesta semana, ao invés de trocar mensagens eu quis ligar, escutar a voz, ter uma conversa em que as frases pudessem ser cortadas antes de serem concluídas e ela não quis.

Vivemos o Som do Silêncio. Não o silêncio praticado na meditação, mas a ausência de sentimentos.

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